UNFPA: milhões de mulheres continuam sem acesso a cuidados de saúde sexual e reprodutiva 

Hoje, 800 mulheres morrem todos os dias ao dar à luz, um quarto das mulheres não pode recusar relações sexuais com o seu parceiro e quase uma em cada 10 mulheres não pode tomar as suas próprias decisões sobre contraceção. 

Os progressos mundiais alcançados em termos de saúde e direitos sexuais e reprodutivos nos últimos trinta anos estão manchados por uma dura verdade: milhões de mulheres e de raparigas não beneficiaram destes avanços por serem quem são ou por terem nascido onde nasceram, de acordo com o relatório sobre a Situação da População Mundial em 2024, publicado hoje pelo Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA). Mónica Ferro, a portuguesa que dirige o escritório da agência em Londres, afirma que “apesar dos impressionantes ganhos verificados nas últimas três décadas, o progresso em questões como a autonomia corporal e redução da mortalidade materna desacelerou – e em alguns lugares até retrocedeu. Milhões foram excluídos do progresso.” 

Intitulado “Vidas Entrelaçadas, Fios de Esperança: Acabar com as desigualdades em matéria de saúde e direitos sexuais e reprodutivos”, o relatório salienta o papel que o racismo, o sexismo e outras formas de discriminação continuam a ter como maiores fatores que limitam a vida de muitas mulheres.  

  • Uma mulher africana que tenha complicações na gravidez e no parto tem cerca de 130 vezes mais probabilidades de morrer do que uma mulher da Europa e da América do Norte. 
  • Estima-se que mais de metade de todas as mortes maternas evitáveis ocorram em países com crises humanitárias e conflitos, isto é, quase 500 mortes por dia. 
  • Em todo o continente americano, as mulheres de ascendência africana têm mais probabilidades de morrer durante o parto do que as mulheres brancas. Nos Estados Unidos, a taxa é três vezes mais elevada do que a média nacional. 

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