Foi Maria de Belém, membro do júri, quem entregou este prémio a Lisa Ferreira Vicente, “A Dra. Lisa merece este Prémio por si, pela sua carreira, mas também porque é uma militante ao serviço da saúde da mulher, uma área desguarnecida no campo das Ciência da Saúde. Ainda há pouco tempo saiu o Plano Nacional de Saúde e não há um único capítulo para a Saúde da Mulher. A Saúde da Mulher é importante porque são pessoas com igual dignidade, mas este tema ainda é mais importante porque o paradigma da formação e da investigação tem sido sempre masculino. Nós somos a metade desigual, para mais, da Humanidade e não é admissível que este modelo continue a imperar.
O direito à proteção da saúde é um direito humano, e na nossa Constituição esse direito humano tem de ser abordado de acordo com a doutrina das Nações Unidas, onde está consagrado o direito de não retrocesso. E aquilo que nós assistimos sistematicamente é o retrocesso.
Aqui nós falamos e isso é corrigido, mas depois vemos o que está a acontecer em países como o Irão e Afeganistão, e vemos o retrocesso em que estão. Anular as pessoas, é matá-las, deixando-as vivas. Isto é a pior coisa que se pode fazer, por isso o trabalho de Lisa Vicente Ferreira – na área da saúde sexual e reprodutiva da mulher assim como na mutilação genital feminina – tem de ser reconhecido. Dra. Lisa, este premio não é apenas para o que faz, é também para o que pode fazer e é para aquilo que representa. Muito obrigada por ser como é.”
No seu discurso de agradecimento, visivelmente emocionada, Lisa Ferreira Vicente, referiu que “não tinha preparado um discurso porque no meio de pessoas que descobrem planetas e novas moléculas, eu pensei ‘sou só médica’ (risos). Quero sobretudo agradecer as palavras que me dirigiram porque é de facto muito importante continuar a falar da saúde da Mulher, da sexualidade feminina, e empoderar as mulheres, porque, às vezes, elas próprias não sentem em si, os mesmo direitos que outras pessoas.
Para mim é também importante mostrar que, aos 50 anos, podemos ser mulheres inspiradoras e que é um desafio continuar a inspirar e a trabalhar porque, quando uma pessoa chega à menopausa, não está em fim de linha, está, sim, a meio da vida, com imensas ideias , produtividade e capaz de lançar novos desafios.”
Maria de Belém fez também questão de dar uma palavra de apreço às outras nomeadas na mesma categoria: “Às nomeadas que não venceram o Prémio, quero salientar que são pessoas extraordinárias. É preciso coragem para escolher estas áreas de trabalho ocupadas por homens. Depois de tantos anos de repressão, tantos anos de dedo apontado, tantos anos de ‘não és capaz’, as pessoas da minha geração estão orgulhosíssimas com aquilo que as mulheres estão a fazer, a dar cartas em áreas como a astrofisica, astronomia ou investigação em medicamentos de moléculas curativas. Vocês são fantásticas e tenho a certeza que vão ser nomeadas mais vezes porque merecem este reconhecimento.”
A revista ACTIVA elege anualmente as Mulheres Inspiradoras que se destacaram nas seguintes áreas: Artes, Ciência, Desporto, Negócios, Solidariedade e Sustentabilidade. É, ainda, atribuído o Prémio Carreira.
Os Prémios contam com o apoio, fundamental, das marcas C&A, Endesa (que apoia também a categoria Sustentabilidade) e Lierac.
A revista ACTIVA entregou pelo quinto ano consecutivo os Prémios ACTIVA Mulheres Inspiradoras numa cerimónia que decorreu na Academia das Ciências de Lisboa. O júri é constituído por Conceição Zagalo, Luís Marques Mendes, Mafalda Anjos, Maria de Belém Roseira e, ainda, pela diretora da revista ACTIVA, Natalina de Almeida.
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