A infeção pelo SARS-COV 2 está associada a risco tromboembólico, principalmente nos doentes internados com doença grave. Este risco é, não só de tromboembolismo venoso, como arterial.
No entanto, a incidência de tromboembolismo nos doentes com doença ligeira e/ou assintomáticos é desconhecida e não está recomendado fazer profilaxia tromboembólica.
Na sequência destes dados, algumas sociedades e organismos internacionais emitiram recomendações relacionadas com a contraceção hormonal combinada no sentido de esta ser alterada para uma contraceção só com progestativo ou não hormonal em mulheres com doença grave e principalmente as que necessitem de internamento.
Com o avançar da imunização anti SARS-COV 2 e o relato de alguns casos de tromboembolimo com ela relacionados, têm surgido dúvidas se as utilizadoras de contraceção hormonal combinada (pilula, anel e adesivo) têm maior risco trombótico ao realizarem a vacina!
Após a 1ª administração das vacinas da Astra Zeneca© e da Jansen©, pode surgir uma síndrome rara semelhante à descrita nos utilizadores de heparina – Trombocitopenia Trombótica Imune Induzida por vacinas (TTIIV).
Em março de 2021, a EMA reviu os dados de segurança e concluiu que o risco de tromboembolismo associado às vacinas não é maior do que o da população em geral e que o rácio de risco/beneficio é inegavelmente favorável.
Esta síndrome é muito rara e a coagulopatia originada tem um mecanismo diferente da coagulopatia originada pelo SARS-COV 2, pelo que as mulheres não tem risco acrescido de tromboembolismo ao realizarem a vacinação, mesmo que esteja a utilizar contraceção hormonal combinada e esta não deve e não necessita de ser alterada.
A Direção da SPDC